O que é barter e como ele te ajuda na compra de insumos

O barter é uma operação que vem sendo muito utilizada no agronegócio por favorecer à economia de recursos na obtenção de insumos

A gestão de uma fazenda, para ser eficiente, requer a utilização de estratégias durante todas as fases de produção, com vistas à redução de custos.

Dentre elas, está a operação de barter, que ao longo dos anos tem chamado a atenção de agricultores por ser uma via de negociação com variedade de benefícios.

O barter, no Brasil, é amparado por meio de lei e, portanto, é uma operação que segue uma norma jurídica, o que dá segurança às partes envolvidas na negociação.

Saiba mais neste artigo sobre o barter no agronegócio, suas vantagens e como aplicá-lo de forma segura em sua fazenda. Boa leitura!

O que é barter?

O barter é uma operação de negociação entre produtores rurais e empresas de insumos. A negociação se dá por meio de uma relação de troca por produtos da fazenda.

Nessa operação não há intermediação monetária e o acordo é feito antes da colheita, por meio da CPR (Cédula de Produtor Rural).

Por meio dessa operação, é possível adquirir insumos para a fazenda sem que seja necessário tirar dinheiro do bolso, dando como garantia do pagamento parte da colheita.

Mas é preciso ter atenção na compra dos insumos, pesquisar preços e verificar a quantidade da produção que você vai destinar para o pagamento destes insumos.

Para quem exporta, por exemplo, é importante deixar claras as regras da negociação, para no futuro não ter problemas com as oscilações de câmbio. 

O barter na comercialização agrícola é uma boa opção de negociação, sobretudo para quem planta soja ou milho, cujas produções na safra 2022/23 são recordes. 

Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o Brasil vai produzir nesta safra 152,8 milhões de toneladas de soja e 123,7 milhões de toneladas de milho.

A perspectiva do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) é a de que o país assuma em 2023 a liderança das exportações globais dessas duas culturas.  

A safra de grãos está estimada em 310,6 milhões de toneladas, no total.

E se produz, é preciso também vender a produção, até mesmo para se capitalizar mais com vistas à 2ª safra.

E uma das operações de comercialização que você pode utilizar é o barter, sobretudo quem vai plantar milho 2ª safra, cuja previsão de colheita é de 96,28 milhões de toneladas.

Como funciona a operação de barter?

No barter, é realizado acordo de troca entre produtores e empresas fornecedoras de insumos, as quais trabalham em parceria com tradings (negociadores) e empresas processadoras de produtos agrícolas, sobretudo grãos. 

Assim, há três envolvidos na negociação: o produtor rural, o fornecedor do insumo e a trading ou a processadora de grãos.

Geralmente, a trading representa o comprador final e define o preço com base no repasse do mercado internacional.

Para garantir o compromisso entre produtor rural e fornecedor de insumos, é utilizada a CPR, que é uma espécie de contrato geral e deve ser registrado em cartório.

Ao assinar o contrato, o agricultor se compromete a entregar parte da sua colheita, equivalente ao valor dos insumos que foram adquiridos.

A operação de barter no agro, apesar de parecer algo novo para muitas pessoas, é utilizada no Brasil desde a década de 1990. 

A cédula de crédito que viabiliza a comercialização, CPR, é regulada por meio da Lei 8.929/1994. 

Quais as vantagens do barter?

A principal vantagem é a redução de riscos, já que o produtor tem a garantia da venda de parte do seu produto com antecedência.

Com o preço sendo estipulado previamente, há um ganho de proteção ao produtor das variações cambiais, juros e preços da commodities.

Outra vantagem é que, fazendo o barter no agro, evita-se empréstimos em bancos, que encarece o custo de produção.

Com o barter, é possível garantir a venda antecipada da safra a vários compradores, podendo, assim, parte da colheita ser aproveitada para obter benefícios para a fazenda. 

Além de insumos, o barter no agro também pode ser utilizado na compra de maquinários e equipamentos, sementes, defensivos agrícolas, fertilizantes, combustíveis, dentre outros.

O barter na comercialização agrícola ajuda também a reduzir um problema das fazendas produtoras de grãos, que é a falta de capacidade de armazenamento para esses produtos.

Quais os riscos do barter?

O risco do barter no agronegócio está em uma operação em que a conta do que será pago foi mal feita.

Por isso, é importante que se tenha uma assessoria administrativa e contábil para realizar a operação com segurança, de modo a se evitar prejuízos.

O barter no agro deve ser visto como um cartão de crédito: a diferença é que você não sabe quanto de saldo resta, já que você tem uma previsão de quanto vai colher e isso depende de vários fatores.

Assim, a operação de barter na comercialização agrícola deve ser feita dentro de uma margem de segurança que possibilite garantir o pagamento em produtos agrícolas do insumo adquirido.

Uma forma de o agricultor honrar os compromissos é fazendo o seguro rural da lavoura, no todo ou em parte, o que também é possível.

Alguns produtores autorizam fazer a CPR num valor maior do que seria suficiente para a quitação do acordo, o que pode causar um problema mais à frente.

Há também casos em que os insumos do acordo não foram entregues, mesmo depois de as CPRs assinadas em cartório, deixando o agricultor no prejuízo.

Assim, antes de fazer a operação de barter no agro é preciso verificar com quem está sendo feita essa operação para não haver problemas.

Quanto mais tempo de atuação no mercado tiver a empresa que fará a negociação, melhor, pois facilita a obtenção de referências.

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Conclusão

A negociação da sua produção agrícola pode ser realizada de várias formas, sendo o barter no agro uma boa opção, pois vai te garantir a compra de insumos sem precisar gastar dinheiro.

No entanto, é preciso você ficar atento a quanto de sua colheita será destinada ao pagamento dos insumos adquiridos por meio do barter, devendo atuar dentro de uma margem de segurança.

Sua operação deve ser feita com empresas de segurança, com reputação no mercado e que possam fornecer referências de negociações bem-sucedidas.

Tenha sempre uma assessoria administrativa e contábil para fazer a operação de barter no agro.

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