Saiba o que é agricultura alternativa e seus benefícios

A agricultura alternativa é um gênero de produção agrícola que visa atender as demandas da sociedade por alimentos de origem sustentável

Agricultura alternativa (Envato Elements)

Numa sociedade marcada pelas gerações Y e Z, é cada vez maior a cobrança por alimentos saudáveis, produzidos de forma sustentável e com origem comprovada.

E o Brasil, potência mundial no agronegócio, tem muito exemplo a dar no que se refere à produção sustentável e com o uso de tecnologias, o que vai ao encontro dessas demandas.

Além disso, cresce no país a agricultura regenerativa, orgânica, natural, biológica, agroflorestal, agroecológica, biodinâmica e sintrópica.

Elas fazem parte da agricultura alternativa e são de grande importância para a diversificação da cadeia produtiva do agronegócio, pois atendem a um público exigente.

Saiba neste artigo o que é a agricultura alternativa e seus benefícios. Boa leitura!

Quais são as agriculturas alternativas?

As agriculturas alternativas mais conhecidas são a agricultura regenerativa, orgânica, natural, biológica, agroflorestal, agroecológica, permacultura, biodinâmica e sintrópica.

Elas compreendem os modos de produção agrícola baseados na preservação do meio ambiente e dos recursos naturais, bem como no respeito aos animais.

Dentre os principais pontos em comum, estão a não utilização de fertilizantes e adubos químicos e sintéticos, bem como de defensivos químicos para combater pragas e doenças.

A agricultura alternativa busca na própria natureza meios de aumentar a produção com o uso de fertilizantes e adubos naturais, além do controle de pragas e doenças por meio do equilíbrio biológico e dos biodefensivos de uso autorizado.

Como surgiu a agricultura alternativa?

Apesar da maior notoriedade nos dias atuais, a agricultura alternativa surgiu na década de 1980, logo após a Revolução Verde, que proporcionou grande aumento da produtividade na produção agrícola, a partir do uso de fertilizantes e defensivos químicos.

Vista parcial de área agrícola, com vegetação ao fundo (Envato Elements)

Mas a Revolução Verde, ao mesmo tempo, também trouxe preocupações com a saúde humana e dos animais, além do meio ambiente, por conta do uso intensivo de produtos químicos, cenário que hoje vem sendo alterado por meio da agricultura de precisão.

Veja abaixo mais detalhes sobre cada tipo de agricultura alternativa.

Agricultura regenerativa

A agricultura regenerativa foi criada em 1980 por Robert Rodale, que inicialmente a denominou de “orgânico regenerativo” por entender que se tratava de um conceito mais holístico da produção agrícola.

Na agricultura regenerativa, a principal prioridade é a saúde do solo, o que repercute de forma direta no sistema de produção de alimentos de determinada região.

Para tornar isso possível, a agricultura regenerativa não utiliza em sua forma de manejo adubos e defensivos químicos, por entender que eles podem causar desequilíbrios ambientais.

Um dos preceitos da agricultura regenerativa é o cultivo de várias espécies de plantas de ciclo anual ou perene numa mesma área, com o objetivo de diversificar a produção.

A ideia é criar um sistema agrícola que funcione em harmonia com a natureza e, com isso, oferecer uma qualidade de vida diferenciada aos seres humanos e aos animais.

A agricultura regenerativa atua com base nos seguintes princípios:

  • preservação dos recursos naturais, com a elevação da percolação, movimento subterrâneo da água no solo;
  • aumentar a fertilidade do solo;
  • conservação da biodiversidade;
  • promoção da resiliência e conservação do ecossistema;
  • aumento do sequestro de carbono.

Assim, o principal objetivo da agricultura regenerativa é a recuperação (ou regeneração) dos solos, o que auxilia no combate aos efeitos das mudanças climáticas.

Agricultura orgânica

A agricultura orgânica está entre os mais conhecidos tipos de agricultura alternativa, podendo ser considerada a mais comercial dentre eles.

Nos últimos 12 anos, o número de produtores cadastrados como orgânicos no Brasil cresceu 450%. Em 2022, havia mais de 26 mil inscritos no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária).

Esse tipo de agricultura é baseada na manutenção dos níveis elevados de matéria orgânica no solo, resultado de um manejo com o uso de produtos biológicos e orgânicos.

Um produto é considerado orgânico quando “obtido dentro de um sistema de produção agropecuária ou extrativista sustentável que beneficie o ecossistema local e proteja recursos naturais”.

Além disso, deve respeitar as características socioeconômicas e culturais da comunidade local, preservando direitos dos trabalhadores e sem uso de organismos geneticamente modificados ou produtos químicos sintéticos.

A produção de alimentos orgânicos tem crescido no Brasil (Envato Elements)

Toda produção agrícola produzida com base nesses princípios só pode ser comercializada como orgânica após receber um certificado do Mapa.

Ficam dispensados dessa certificação somente agricultores familiares que fazem parte de organizações de controle social do Mapa, que comercializam exclusivamente em venda direta aos consumidores.

Agricultura natural

A agricultura natural se baseia em um sistema agrícola que utiliza de tecnologias alternativas para tirar o máximo proveito da natureza, na produção de alimentos.

O objetivo é fazer com que haja uma produção de alimentos sustentável por meio das ações edafo-climáticas, com envolvimento do solo, seres vivos e recursos naturais, utilizando outros recursos, como energia solar.

As técnicas da agricultura natural se baseiam na preservação da formação natural do solo, o que inclui a recuperação de áreas degradadas para que elas retornem ao seu estado de “terra virgem” original.

Na agricultura natural, são utilizados compostos, cobertura morta, adubos verdes, microorganismos para o controle biológico de pragas e doenças, além do biomecânico de ervas daninhas, com o uso de ferramentas como enxadas, facões ou roçadeiras.

Agricultura biológica

A agricultura biológica busca melhorar a saúde do ecossistema agrícola, fomentando a biodiversidade no sistema de produção.

Nesse tipo de agricultura alternativa, a prioridade são as boas práticas agrícolas, adaptadas às realidades locais, com uso de métodos mecânicos e de produtos biológicos.

Há uma grande preocupação da agricultura biológica com a autonomia do agricultor na comercialização direta do seu produto, sem que haja intermediação.

O principal objetivo da agricultura biológica é manter o equilíbrio ambiental por meio do respeito aos ciclos naturais, sobretudo no combate às pragas e doenças.

Agricultura agroflorestal

Também muito difundida, a agricultura florestal, ou SAF (Sistema Agroflorestal), é uma forma de ocupação do solo em que a produção agrícola se dá em meio às árvores.

Com isso, busca-se manter a produção de alimentos ao mesmo tempo em que se preservam as florestas.

Para esse tipo de sistema ser implantado, é preciso levar em conta as características regionais, como tipo de solo, clima, composição das espécies, operações, custos e produção.

Um dos objetivos de uma SAF é garantir uma produção agrícola diversificada, o que favorece ao produtor ter condições de gerar economia durante o ano todo, nos ciclos de cada cultura.

A vantagem do sistema agroflorestal é a utilização de árvores, o que evita a degradação do solo e favorece ao aparecimento de nascentes, além do grande poder de adaptação a eventos climáticos extremos.

Agricultura agroecológica

A agricultura agroecológica se baseia em conceitos ecológicos sustentáveis de produção agrícola, buscando transformar os sistemas alimentares e agrícolas, abordando a causa raiz dos problemas de uma forma integrada e fornecendo soluções holísticas e de longo prazo.

A agroecologia, segundo ONU (Organização das Nações Unidas), é importante para apoiar a produção de alimentos e fortalecer a agricultura familiar e nutricional, ao mesmo tempo em que ajuda a restaurar o ecossistema e a biodiversidade.

O cuidado com o solo está entre os principais objetivos da agroecologia (Envato Elements)

Dentre os benefícios da agroecologia, estão a qualidade de vida, a sustentabilidade do sistema, a valorização dos trabalhadores, a rastreabilidade dos alimentos e qualidade dos produtos, cuja origem é da agricultura familiar.

Na agroecologia são seguidos dez princípios:

  1. reciclagem;
  2. resiliência;
  3. diversidade;
  4. sinergias;
  5. eficiência;
  6. compartilhamento de conhecimentos;
  7. valores humanos e sociais;
  8. cultura e tradições alimentares;
  9. governança;
  10. economia circular.

 Cada elemento desse é interdependente, mas vital para o gerenciamento das práticas agroecológicas.

Agricultura biodinâmica

A agricultura biodinâmica tem sua produção baseada no respeito à natureza e envolve, além de práticas sustentáveis, questões filosóficas e espirituais.

Esse tipo de produção se relaciona com as fases da lua e os signos do zodíaco, sendo considerado um ramo da antroposofia, forma de conhecimento que aborda o ser humano em diversos níveis, como o físico, o vital e o espiritual.

Por meio da agricultura biodinâmica, busca-se entender as relações entre o homem e a terra durante a sua jornada de existência.

É seguido um calendário celestial, por meio do qual se baseia as épocas de semeadura, feita na lua nova, e da colheita (na lua minguante), com a divisão entre água, terra, fogo e ar.

A agricultura biodinâmica utiliza adubos naturais elaborados a partir de plantas medicinais, estercos e silício, preparados e enterrados no solo para serem submetidos à influência da terra.

Agricultura sintrópica

Criada por Ernst Götsch, a agricultura sintrópica tem por fundamentação teórica modelos de auto-organização aplicados em agroecossistemas.

Sintropia é o contrário de entropia, termo que é associado a desorganização, a degradação de sistemas ou a perdas de energia.

Com isso, a agricultura sintrópica visa reordenar, restaurar o ambiente natural e a floresta.

A ideia da agricultura sintrópica é a de criar em um único sistema a produção de hortaliças, frutas e madeira, essencial para recuperação de áreas degradadas e proteção ambiental.

A agricultura sintrópica busca replicar os processos que ocorrem naturalmente e compreender o funcionamento do ecossistema original no local.

Como usar a Perfarm na agricultura alternativa

Para atender um mercado exigente, que busca por produtos saudáveis e com controle de qualidade, é preciso fazer uma boa gestão da produção da sua agricultura alternativa.

Independente do seu sistema de produção, você pode utilizar o sistema da Perfarm para inserir e categorizar informações, que serão analisadas posteriormente, para avaliação estratégica sobre o que precisa ser melhorado em sua área de produção.

Monitoramento dos nematóides com a Perfarm

O sistema da Perfarm pode ser adaptado para qualquer tipo de produção agrícola, proporcionando ao usuário análises assertivas que contribuem para o desenvolvimento sustentável tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.

Baixe já o sistema da Perfarm e pratique a agricultura sustentável digital.

Conclusão

Atuar com sustentabilidade ambiental é uma das principais metas do agronegócio mundial.

O Brasil é um espelho para o mundo em vários aspectos, desde as pequenas até as grandes produções, onde o uso de tecnologias favorece a redução do impacto ambiental.

De fundamental importância para o setor, a agricultura alternativa e seus vários métodos de produção devem andar de mãos dadas com a agricultura convencional.

Cada uma pode aproveitar da melhor forma o que a outra oferece de positivo para a sociedade, contribuindo para a segurança alimentar e a sustentabilidade ambiental.

>> Digitalize a gestão da sua propriedade rural com o sistema da Perfam. Fale com nossos especialistas!

Mario Bittencourt

Analista de Copywriting da Perfarm, é jornalista e pós-graduado em Agricultura de Precisão e em Ciência de Dados. Faz mestrado em Agricultura de Precisão na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Você pode gostar...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *