Tipos de solo no Brasil: saiba tudo sobre a classificação
Os tipos de solo no Brasil são organizados em 6 categorias, com base em dados morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos dos seus perfis
A classificação correta do solo é uma das informações mais primordiais para altas rentabilidades no agronegócio.
Mas obter a classificação nem sempre é fácil, devido aos diversos tipos de solo que há no Brasil, onde eles são mais conhecidos pelas texturas argilosa, média ou arenosa.
No SiBCS (Sistema Brasileiro de Classificação de Solos), os solos são organizados até o 4º nível categórico e há ainda o 5º e 6º níveis em processo científico de definição.
Além dos níveis, existem 13 ordens de solos. Saiba neste artigo quais são e como se beneficiar desta informação para gerenciar melhor sua fazenda. Acompanhe!
Quais são os tipos de solo no Brasil?
Existem 13 tipos de solo no Brasil, divididos em classes.
São elas: Argissolos, Cambissolos, Chernossolos, Espodossolos, Gleissolos, Latossolos, Luvissolos, Neossolos, Nitossolos, Organossolos, Planossolos, Plintossolos e Vertissolos.
No Brasil, os tipos de solo predominantes são os Latossolos, os Argissolos e os Neossolos, que juntos abrangem cerca de 70% do território nacional, de acordo com o SiBCS.
Os Latossolos e os Argissolos estão em aproximadamente 58% do território brasileiro.
Eles são conhecidos por serem solos profundos, intemperizados (modificados pela ação do tempo), ácidos, de baixa fertilidade natural e ainda com alta saturação por alumínio.
Mas no Brasil também podem ser encontrados solos de média e alta fertilidade, geralmente pouco profundos, por conta do baixo intemperismo.
Estes tipos de solo são das classes dos Neossolos, Luvissolos, Planossolos, Nitossolos, Chernossolos e Cambissolos, sobre os quais você verá mais detalhes abaixo.
Cada tipo de solo é classificado de acordo com as características morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas dos respectivos perfis que os representam.
Os tipos de solo no Brasil podem ser classificados também com base nas características externas e relações solo-paisagem: clima, vegetação, relevo, origem e condições hídricas.
Os solos são classificados também conforme o tamanho das suas partículas, na seguinte ordem:
- areia: solo com partículas grandes, entre 0,05 mm e 2 mm;
- silte: partículas de tamanho médio – 0,002 a 0,05 mm;
- argila: possui partículas finas, menores que 0,002 mm.
O solo, necessariamente, não é constituído de apenas uma dessas características, podendo ter, inclusive as três, sendo, por isso, chamado de misto.
É o que acontece, por exemplo, em solos de áreas de transição geográfica (entre um tipo e outro de vegetação), conhecidas como ecótonas.
Como são classificados os tipos de solo?
Conforme o SiBCS, os tipos de solo devem ser classificados com base na descrição morfológica do perfil e coleta de material em campo.
Assim, deve ser observado o máximo zelo e critério na descrição do perfil e da paisagem que o solo ocupa no ecossistema e como se dá a sua interação com o meio.
São de grande importância as informações sobre o:
- fendilhamento do solo (fissuras);
- microrrelevo;
- cores indicativas de oxidação e redução;
- altura e flutuação do lençol freático;
- horizontes ou camadas coesas ou compactadas;
- profundidade das raízes no perfil;
- atividade biológica ao longo do perfil;
- além de quaisquer ocorrências pouco usuais ou extraordinárias.
De acordo com a Embrapa Solos, essas características devem estar relacionadas à profundidade de ocorrência para fins de definição da seção de controle estabelecida para diferentes classes nos diversos níveis categóricos.
Tipos de solo e suas camadas
Em relação à profundidade, a classificação é feita conforme os horizontes do solo, divididos em camadas, da seguinte forma:
- Camada O: é a mais superficial do solo, geralmente mais escura e onde está depositada a matéria orgânica;
- Camada A: vem logo abaixo da O, possui misturas de matéria orgânica e minerais, sendo, assim, bastante caracterizada pelas intempéries do clima;
- Camada B: acumula materiais das camadas O e A, com destaque para as concentrações de ferro e alumínio;
- Camada C: mistura de solos com a rocha-mãe;
- Camada D: é onde está a rocha-mãe, material rochoso que não sofreu qualquer alteração física ou química relevante.
Essas características morfológicas são de grande relevância para a caracterização e classificação do solo, sobretudo as cores úmida e seca dos horizontes superficiais e úmidas dos subsuperficiais.
A partir destas, é muito importante um ajuste (se necessário) nas designações dos horizontes e sufixos atribuídos no campo.
Tipos de solo: conheça as 6 categorias
A classificação dos solos é feita com base em 6 níveis categóricos. Os quatro primeiros níveis são as ordens, subordens grandes grupos e subgrupos.
Cientistas do solo ainda buscam um consenso sobre o 5º e 6º níveis categóricos.
Veja mais detalhes abaixo:
- 1º nível (ordens): as classes desse nível são separadas pela presença ou ausência de determinados atributos, horizontes diagnósticos ou propriedades passíveis de identificação no campo que mostram o processo de desenvolvimento do solo;
- 2º nível (subordens): possuem atributos diferenciais que refletem a atuação de outros processos de formação do solo; envolvem processos resultantes da gênese do solo, de grande importância para usos agrícolas;
- 3º nível (grandes grupos): são separadas por tipo e arranjo dos horizontes do solo, atividade da fração argila, além da presença de horizontes ou propriedades que restringem o desenvolvimento das raízes e afetam o meio ambiente;
- 4º nível (subgrupos): são categorizados em típicos, intermediários ou transicionais e extraordinários;
- 5º nível (famílias): neste nível são agregadas informações de caráter pragmático, compreendendo características diferenciais para distinção de grupamentos mais homogêneos do solo;
- 6º nível (séries): está em discussão e deverá ser o mais homogêneo do sistema, pois é o que permite melhor interpretação dos levantamentos de solos para diversos fins.
Tipos de solo: 13 classes e suas características
Saber as características das 13 classes de solos é de grande importância para entender mais sobre os tipos de solos no Brasil.
- Argissolos: grupamento de solos com B textual, argila em atividade baixa ou alta desde que conjugada com saturação por bases baixa ou com caráter alumínico; é o segundo tipo mais comum, abrangendo 24% do território nacional;
- Cambissolos: solos com pouco desenvolvimento no horizonte B incipiente;
- Chernossolos: são solos férteis que estão no horizonte A chernozêmico, com argila de alta saturação por bases altas, com ou sem acumulação de carbonato de cálcio;
- Espodossolos; grupo dos solos pobres e ácidos, com B espódico, mistura de matéria orgânica humificada e alumínio;
- Gleissolos: solos com expressiva gleização, geralmente argilosos, localizados próximos de riachos;
- Latossolos: são os solos mais frequentes no Brasil, com 39% do território, grupamento com B latossólico, estágio avançado de intemperismo, são profundos, bem drenados e com baixa capacidade de troca de cátions;
- Luvissolos: grupamento de solos argilosos e rasos, com B textual, alta atividade de fração argila e saturação de bases alta;
- Neossolos: grupamento de solos pouco evoluídos, sem horizonte B com diagnóstico definido;
- Nitossolos: solos que estão agrupados no horizonte B nítico abaixo do horizonte A, profundos, bem drenados e ácidos;
- Organossolos: grupamento de solos orgânicos;
- Planossolos: constituem os solos minerais com horizonte B plânico, subjacente a qualquer tipo de horizonte A, podendo ou não apresentar horizonte E; têm aumento gradual de argila nos horizontes e restrição de permeabilidade;
- Plintossolos: solos de drenagem ruim, com expressiva plintitização com ou sem formação de petroplintita;
- Vertissolos: é o grupo de solos com horizonte vértico, ricos em argila, férteis e baixa permeabilidade.
Conclusão
Ter uma boa fertilidade no solo é um dos principais objetivos de quem atua com a produção rural. Ele é a base da produção agropecuária e por isso deve ser bem manejado.
Mas, para o manejo ser bem feito, é preciso conhecer as características da área de produção, para assim desenvolver ações com vistas a suprir as necessidades nutricionais.
Buscar conhecimento científico sobre tipos de solo contribui tanto para a sustentabilidade econômica quanto ambiental da propriedade rural.
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