Desenvolvimento do agronegócio no Brasil: veja como ocorreu

Desenvolvimento do agronegócio: uma das principais atividades econômicas do Brasil, o setor envolve um mercado amplo

O desenvolvimento do agronegócio é de grande importância, e não a toa hoje ele está presente em tudo no nosso dia a dia.

Aliás, a tendência é que isso só aumente, já que o mundo busca cada vez mais reduzir o consumo de produtos de origem fóssil, preferindo os que têm origem no campo.

O agronegócio e suas várias ramificações cumprem papel fundamental não só na vida das pessoas, fornecendo alimentos, mas na sustentabilidade econômica e ambiental.

Ao mesmo tempo, é um dos setores que mais geram empregos e contribuem para o avanço da ciência e tecnologia, com soluções que melhoram o dia a dia. Saiba mais neste artigo!

O que se faz no agronegócio?

O agronegócio é uma cadeia de produção e subprodução que envolve vários setores: o campo, o comércio, a indústria e o varejo, onde ocorre a venda direta ao consumidor.

A principal atividade do agronegócio é a produção de alimentos para serem consumidos in natura ou fornecidos como matéria prima para a indústria de uma forma geral.

Assim, seja uma pequena ou grande atividade no campo, de agricultura familiar ou de grandes produtores, ela se insere dentro do desenvolvimento agronegócio.

E hoje, com os avanços tecnológicos e científicos, há oferta também de produtos originários do campo para a produção de medicamentos, vestuário, higiene e energia.

Por conta da sua atuação global, o agronegócio possui grande influência no mercado financeiro, onde os preços das commodities variam de acordo com a oferta e demanda.

Exemplos de agronegócio

Como exemplo de agronegócio, para além das atividades realizadas na zona rural (desde o pequeno ao grande produtor), há os diversos ramos de atividade necessários para o seu desenvolvimento.

Assim, são exemplos de agronegócio:

• os fabricantes de insumos agrícolas: adubos, corretivos de solo, fertilizantes, agrotóxicos e bioinsumos e as respectivas empresas de revendas;
• fabricantes de sementes;
• fabricantes de máquinas e equipamentos;
• fabricantes de rações;
• os laticínios;
• indústrias de beneficiamento (agroindústria);
• as agtechs (startups do agronegócio, empresas que trabalham com tecnologia e inovação) e as agfintechs (startups do agronegócio autorizadas a operar com crédito rural);
• mercado atacadista;
• os distribuidores;
• e os exportadores.

Demanda por mais alimentos no agronegócio

A demanda é o principal fator para o crescimento do agronegócio nas últimas décadas, por conta do aumento da população global e sua necessidade de alimentos.

Recentemente, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou que a população mundial atingiu a marca dos 8 bilhões de pessoas.

E para 2050, a previsão é a de que o mundo chegue a 9,7 bilhões de habitantes, o que corresponde a um aumento de mais de 20%.

Ainda de acordo com a ONU, até 2050 a produção agrícola precisa crescer 60%, para atender tanto a área de alimentos quanto de energia, no caso biocombustíveis.

No mundo, são cerca de 500 milhões de pessoas desnutridas por falta de alimentação adequada e esse número pode chegar até 700 milhões até 2050, ainda segundo a ONU.

Assim, é cada vez mais necessário que o agronegócio produza alimentos.

E isso deve ser feito de forma sustentável, tendo em vista que os efeitos das mudanças climáticas têm tornado essa tarefa mais difícil em todo o mundo.

O desenvolvimento do agronegócio no Brasil 

Assim como no resto do mundo, o agronegócio no Brasil possui grande importância para a produção de alimentos e para a sustentabilidade econômica e ambiental.

Em termos de produção e exportação, lidera as de café, soja, carne bovina, suco de laranja, açúcar, além de ser destaque entre os principais produtores de milho, feijão e cacau.

Segundo dados do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), até outubro de 2022 as exportações brasileiras do agronegócio somaram mais de R$ 136 bilhões.

O principal comprador é a China (33,27%), seguida da União Europeia (15,91%) e Estados Unidos (6,42%). O complexo soja lidera as exportações, e lodo depois vem carnes e produtos florestais.

A cada US$ 10 exportados pelo Brasil, US$ 4 são do agronegócio, cuja participação no PIB (Produto Interno Bruto) do país é de 25,5%, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Ainda de acordo com informações do Cepea, o setor, que também sofreu os impactos da pandemia, mostrou recuperação na geração de empregos em 2022, com 19,1 milhões de postos de trabalho com carteira assinada.

O Brasil é um privilegiado no setor, por estar em uma região de clima tropical em sua maior parte, o que permite, por exemplo, ter até três safras de milho e feijão ao ano.

É o 5º maior do mundo em extensão territorial, com 850 milhões de hectares. No total, são mais de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários – ou 41% do território.

Entre os estabelecimentos, 77% são classificados como de agricultura familiar, os quais ocupam uma área de 80,89 milhões de hectares (23% da área total).

Conheça os 5 setores de desenvolvimento do agronegócio

O agronegócio é dividido em cinco setores produtivos, essenciais para o bom funcionamento do setor como um todo, servindo, muitas vezes, como apoio ao campo.

Veja abaixo quais são eles:

• Produção: é composto pelas atividades agropecuárias;
• Insumos: são os produtos essenciais à produção, como sementes, corretivos de solo, fertilizantes, agrotóxicos e produtos biológicos;
• Processamento e transformação: é a agroindústria, onde as matérias-primas são beneficiadas ou transformadas em produtos intermediários ou finais para o consumo;
• Serviços de apoio: envolve todos os serviços utilizados para o funcionamento do agronegócio, a exemplo de serviços financeiros, tecnológicos, científicos, de gestão agrícola, crédito rural, seguro rural, etc.
• Distribuição e consumo: é responsável por fazer chegar os produtos e serviços do agronegócio até o consumidor final, e pode ser bem amplo no caso de se tratar de exportação, já que envolve estruturas de dois países.  

No agronegócio, cada setor influencia direta ou indiretamente um no outro, de modo que cada impacto, seja positivo ou negativo, é sentido de alguma forma por todos.

Assim, a cadeia produtiva do agronegócio precisa estar sempre atuando com prevenção de riscos para que haja o menor impacto possível em determinadas situações.

Conclusão

A sobrevivência da população depende do bom desenvolvimento do agronegócio, que, por sua vez, precisa ser sustentável em todos os sentidos.

Não à toa, o setor tem buscado também atuar como base nos princípios de ESG, sigla em inglês formada pelas iniciais de enviromental, social e governance.

A sigla chama a atenção para um agro mais responsável do ponto de vista ambiental, com maior responsabilidade social e uma governança que promova mudanças para melhor na sociedade.

O agronegócio, como uma das principais atividades econômicas no mundo, e com uma missão nobre de produzir alimentos, pode e deve promover as mudanças que o Brasil e o mundo precisam para que as pessoas tenham cada vez mais dignidade em suas vidas.