Gestão de packing house: como fazer e aumentar os lucros
A gestão de packing house deve proporcionar o funcionamento eficiente de todas as operações envolvidas no processamento de frutas, legumes ou verduras
A integração de processos, com o controle efetivo de todas as etapas da produção, tem trazido grandes benefícios para o agronegócio, em especial para as agroindústrias.
Hoje em dia, com o uso de tecnologias, como um software de gestão rural integrado a uma packing house, é possível oferecer produtos de qualidade e com valor agregado.
Para tanto, é necessário seguir procedimentos que permitam o controle efetivo, como a coleta e categorização de dados em cada etapa dos processos, fundamental para o aprimoramento da gestão de packing house. Saiba mais neste artigo!
Leia também: “O que é packing house?”.
A importância da gestão para o aumento da produtividade e lucratividade da packing house
Os impactos de uma boa gestão para o aumento da produtividade e lucratividade de uma packing house abrangem desde as etapas iniciais da produção agrícola no campo até o momento em que os produtos processados e embalados chegam ao mercado.
Um processo de gestão bem estruturado não apenas garante a eficiência operacional, mas estabelece bases sólidas para a qualidade dos produtos, a otimização de recursos e a conquista de vantagens competitivas.
Essa gestão eficiente, contudo, não inicia quando os alimentos chegam a packing house, mas sim na própria produção agrícola em campo, tendo como função principal coordenar e monitorar todas as fases do ciclo produtivo.
Isso inclui o planejamento da produção, o monitoramento das condições climáticas, a escolha de técnicas agrícolas apropriadas, o uso de tecnologias de agricultura de precisão, os manejos nutricionais e o controle de pragas e doenças.
Assim, a gestão eficiente no campo visa contribuir diretamente para qualidade da matéria-prima que será processada na packing house, onde os produtos agrícolas passarão pela recepção, seleção, limpeza, classificação, embalagem, armazenamento e distribuição.
Cada uma dessas etapas exige planejamento detalhado, monitoramento contínuo e controle de qualidade rigoroso, com alocação eficiente de recursos, mão de obra, equipamentos e insumos, redução dos desperdícios e maximização do retorno sobre o investimento.
Como fazer a gestão da packing house?
O gerenciamento eficaz de uma packing house busca reduzir as perdas por deterioração e garantir que os produtos agrícolas sejam processados e distribuídos antes de sua qualidade diminuir.
Ela precisa ser feita com planejamento eficiente, automação e otimização de processos, para que assim a produtividade seja ampliada e os gargalos sejam minimizados. Uma gestão consistente garante que os produtos atendam aos padrões de qualidade esperados, de maneira uniforme e atraente para os consumidores.
Mas a gestão da packing house também precisa ser documentada e rastreável para facilitar a conformidade com regulamentos e normas, permitindo uma rápida identificação e resolução de problemas.
Diariamente, os processos desenvolvidos em uma packing house fornecem dados que podem ser analisados para tomar decisões informadas e baseadas em evidências para otimizar as operações.
Com um sistema de gestão rural, ou sistema ERP, o armazenamento e análise desses dados se torna mais eficiente, com redução de custos, produtos melhores e prazos de entrega mais curtos, o que coloca a marca em uma posição competitiva no mercado.
Veja 7 passos importantes para uma gestão eficiente na packing house.
1. Faça o planejamento e tenha organização desde o plantio
O processo de planejamento de uma packing house deve ser abrangente, considerando desde as etapas iniciais no campo até o processamento e distribuição dos produtos acabados.
No contexto de uma packing house, sugere-se que o planejamento seja orientado por alguns princípios essenciais:
- Integração de processos: ajuda a evitar lacunas e garantir uma transição suave entre as diferentes etapas;
- Antecipação de demandas: envolve prever as quantidades de produtos necessários, os prazos de entrega e as preferências dos consumidores;
- Gestão de recursos: a distribuição adequada dos recursos contribui para evitar desperdícios e gargalos;
- Controle de qualidade: o planejamento deve considerar incorporar medidas para assegurar a qualidade dos produtos ao longo de todo o processo, desde a seleção das variedades de plantio até os padrões de processamento e embalagem na packing house;
- Rastreabilidade: deve considerar a implementação de sistemas que permitam acompanhar a origem e a jornada dos produtos, facilitando a identificação e resolução de problemas, caso necessário;
- Flexibilidade: um bom planejamento deve ser flexível o suficiente para se adaptar a mudanças imprevistas, como variações climáticas, oscilações de mercado e demandas inesperadas dos clientes;
- Monitoramento e avaliação: O planejamento deve considerar incluir mecanismos para monitorar o progresso e avaliar a eficácia das estratégias implementadas. Essa avaliação contínua permite ajustes conforme necessário para alcançar os objetivos desejados.
Sugere-se também, que no campo haja um planejamento cuidadoso para o sucesso da packing house, já que o campo influencia diretamente a qualidade da matéria-prima, sua disponibilidade e, consequentemente, o desempenho de toda a operação.
Colheitas bem planejadas, monitoramento de condições climáticas e adoção de práticas de cultivo eficazes resultam em produtos mais saudáveis e de melhor qualidade, evitando também os desperdícios.
Uma colheita planejada evita que produtos sejam colhidos antes do tempo ou que sejam perdidos devido a condições inadequadas, o que se traduz em uma maior quantidade de matéria-prima disponível para a packing house.
2. Cuidado na colheita e transporte
A colheita é um momento crítico que influencia diretamente a qualidade dos produtos processados na packing house. Para garantir a qualidade, é necessário considerar fatores como: a maturidade dos produtos, condições climáticas, técnicas de colheita adequadas e uso de ferramentas apropriadas.
A colheita seletiva, que envolve a escolha dos produtos no ponto ideal de maturação, resulta em produtos mais saborosos e nutritivos. Além disso, a manipulação cuidadosa dos produtos colhidos ajuda a evitar danos físicos que podem ocorrer devido a impactos, compressão ou atrito.
O transporte dos produtos do campo até a packing house também é crítico. Embalagens adequadas protegem os produtos de danos durante o transporte e evitam contaminação.
Caixas de colheita com amortecedores internos ou estruturas que evitam o contato direto dos produtos com as superfícies da embalagem são recomendadas. O tempo entre a colheita e o processamento deve ser minimizado para preservar a frescura dos produtos.
3. Tenha processos de classificação e embalagem padronizados
A classificação pode ser baseada em critérios como tamanho, cor, formato e qualidade. A automação desempenha um papel crucial nessa etapa, permitindo que sistemas de visão computacional identifiquem as características dos produtos em alta velocidade e precisão.
A padronização de embalagens não apenas aprimora a apresentação visual dos produtos, mas também facilita o manuseio e o transporte. Embalagens uniformes contribuem para uma melhor organização do estoque, além de transmitirem uma imagem de profissionalismo aos clientes.
4. Sempre que possível, conte com a tecnologia e automação para te ajudar
A automação oferece inúmeras vantagens na gestão de uma packing house. Sistemas de transporte automatizado podem agilizar o fluxo de produtos entre as diferentes etapas do processamento, reduzindo a necessidade de movimentação manual.
Máquinas de classificação por visão computacional podem identificar características dos produtos com precisão, garantindo uma classificação consistente e rápida. Robôs de embalagem podem realizar tarefas repetitivas, como embalar produtos em caixas, com alta eficiência.
A automação não apenas aumenta a produtividade, mas também reduz erros humanos e melhora a consistência dos produtos. Isso é especialmente importante em uma operação que lida com grandes volumes de produtos.
5. Tenha um controle de qualidade e segurança alimentar
Sugere-se que o controle de qualidade seja integrado em todas as etapas da packing house a partir de inspeções visuais para identificar produtos danificados ou defeituosos, análises sensoriais para avaliar sabor e aparência, e testes laboratoriais para verificar características como teor de açúcar, acidez e frescor.
Além disso, a segurança alimentar é vital para proteger a saúde dos consumidores, devendo ser feita a adesão irrestrita às normas de higiene, armazenamento adequado dos produtos e treinamento da equipe em boas práticas de manipulação e rastreabilidade para identificar rapidamente a origem de qualquer problema.
6. Crie rotinas de monitoramento e melhorias contínuas
A criação de rotinas de monitoramento envolve a definição de indicadores-chave de desempenho (KPIs) que permitem avaliar o progresso e a eficácia das operações. Esses KPIs podem incluir taxa de defeitos, eficiência de produção, tempo de processamento e níveis de estoque.
O monitoramento contínuo desses indicadores permite a identificação precoce de problemas e a implementação de ações corretivas.
A mentalidade de melhoria contínua incentiva a busca constante por aperfeiçoamentos. Por isso é importante envolver a implementação de novas tecnologias, ajustes nos processos existentes ou a identificação de oportunidades de redução de desperdícios.
7. Faça a capacitação e gestão da sua equipe
A equipe desempenha um papel fundamental na gestão eficaz da packing house, sendo a capacitação, essencial para uma boa gestão, podendo abranger treinamentos em procedimentos de qualidade, segurança alimentar, operação de equipamentos e monitoramento de indicadores-chave.
Uma equipe bem treinada está mais preparada para lidar com situações imprevistas, tomar decisões informadas e contribuir para a melhoria dos processos. A gestão bem-sucedida de uma packing house envolve uma abordagem integrada que abrange desde a colheita até a distribuição.
Ao adotar práticas eficientes de colheita, classificação, automação, controle de qualidade, monitoramento e capacitação da equipe, é possível garantir a produção de alta qualidade, aumentar a eficiência operacional e manter a competitividade no mercado. Isso se traduz em uma operação mais eficaz, maior satisfação dos clientes e maior lucratividade.
Conte com um sistema de gestão de ponta a ponta
Contar com um sistema de gestão de ponta a ponta é essencial para garantir a eficiência, a qualidade e a lucratividade de uma packing house. Sendo uma abordagem holística que permite uma gestão mais eficaz, redução de erros, aumento da produtividade e melhor tomada de decisões.
Com o sistema da Perfarm, por exemplo, é possível otimizar o planejamento de plantio, monitorar as operações no campo, gerenciar a recepção e o processamento de produtos na packing house, além de rastrear a origem e a jornada dos produtos até a distribuição.
O sistema da Perfarm oferece recursos para a administração financeira de toda a cadeia produtiva, incluindo o planejamento, controle de estoque e gestão financeira.
Sua abordagem integrada permite que as packing houses tenham uma visão completa de suas operações, facilitando o monitoramento, a análise de dados e a tomada de decisões.
Ao abranger todas as etapas da cadeia produtiva, um sistema de gestão de ponta a ponta evita a fragmentação de informações e promove a colaboração entre as diferentes áreas da empresa.
Além disso, o acesso a dados em tempo real permite o acompanhamento e monitoramento de todas as operações, possibilitando uma análise precisa do desempenho e identificação de áreas de melhoria, sendo possível ainda a integração com tecnologias de automação para agilizar as operações, reduzindo a dependência de intervenções manuais e erros.
Com acesso a dados precisos, os gestores podem tomar decisões informadas e estratégicas para otimizar as operações. A análise constante dos dados possibilita a identificação de oportunidades de melhoria, contribuindo para a inovação contínua dos processos.
Conclusão
Uma gestão sólida da packing house, com otimização da produção, minimização de perdas e produtos de qualidade, favorece o aumento da produtividade e da lucratividade, além de solidificar no mercado a empresa, como fornecedora confiável de produtos de alta qualidade.
É preciso estabelecer estratégias desde o início, se colocando, assim, em uma posição para atender às demandas do mercado, com manutenção da qualidade dos produtos e alcançar um alto nível de satisfação dos clientes.
Para isso, é essencial a integração de processos, automação, rastreabilidade e controle de qualidade por meio de um sistema de gestão que permita coletar, armazenar e analisar dados para avaliações e melhorias dos processos.