6 custos que impactam o lucro do agronegócio e que você não vê

O agronegócio brasileiro é um setor altamente competitivo e heterogêneo, onde cada percentual de margem é importante para o sucesso de longo prazo da atividade. Nesse cenário, é extremamente importante ter sob controle aspectos internos ao agronegócio, que em sua maioria se resultam em custos. Contudo, existem diversos custos que impactam diretamente o resultado econômico da atividade agropecuária, mas que recorrentemente não são vistos.

Para isso, elencamos cerca de 20 custos diferentes que sondam agronegócios e diminuem margens, mesmo que não representem custos-caixa, ou seja, que não representem desembolsos de dinheiro. Neste artigo, vamos abordar 6 destes, discorrendo seus impactos na geração de valor do agronegócio.

  1. Depreciação

O primeiro custo listado é, muitas vezes, lembrado e destacado por especialistas em gestão do setor, mas recorrentemente é deixado de lado por algumas razões, o custo de depreciação. Existem algumas maneiras de se calcular a depreciação, com base no fim a que se destina a análise (fiscal, gerencial). Independente da forma de cálculo, este sempre será um custo fixo da produção (quando associado a operações) e deve ser apurado em todos os ciclos produtivos. Em suma, ele é o custo associado à geração futura de benefício econômico de um investimento de ativos imobilizados (máquinas, instalações, rebanho reprodutor, etc) relacionado ao período produtivo em questão. Em outras palavras, é o custo de um ativo imobilizado conforme este é utilizado na produção agrícola e pecuária. Este é um custo não caixa, e por isso é muitas vezes ignorado, o que diminui margens da atividade econômica.

  1. Custo de Capacidade

Ativos imobilizados como máquinas, por exemplo, são adquiridos para gerar valor a produção agrícola e pecuária diretamente associado a sua capacidade de trabalho. Contudo, quando são subutilizados representam um ônus ao agronegócio, uma vez que encarece o custo da hora trabalhada deste ativo, e consequentemente o custo do produto acabado. Este é um custo não caixa que pode diminuir significantemente as margens do agronegócio e, portanto, deve ser levado em conta. Otimizar ativos imobilizados diminui custos de capacidade e barateia os custos do produto acabado.

  1. Custo de Ociosidade

Da mesma forma que máquinas e instalações (ativos imobilizados em geral), a mão-de-obra possui um custo associado à sua subutilização, o que chamamos de custo de ociosidade. Quando contratados, colaboradores devem ter sua jornada de trabalho otimizada, diminuindo as horas ociosas de trabalho e, consequentemente o custo associado a elas. Da mesma forma, é um custo não caixa que encarece o produto acabado e pode ser diminuído otimizando a mão-de-obra empregada na produção.

  1. Juros de Fornecedores

Grande parte dos financiamentos realizados dentro do setor do agronegócio é proveniente dos próprios agentes existentes dentro da cadeia, como é o caso de fornecedores que adiantam insumos mediante ao pagamento a prazo. É importante destacar, contudo, que essas transações frequentemente envolvem a cobrança de juros (remuneração pelo capital no tempo) , embutidas ou não, no preço de operações e produtos. Quando um fornecedor dá um desconto no pagamento à vista, implicitamente ele está implicando que o pagamento a prazo está sujeito a uma tarifa adicional, os juros. Embora não vemos explicitamente tal custo, estes juros relacionados a fornecedores são alíquotas que tem impacto direto no lucro do agronegócio. Uma redução de R$ 1 mil reais nos juros pagos, representa R$ 1 mil reais a mais no lucro da empresa. Avaliar pagamentos à vista ou a prazo pode reduzir juros pagos a fornecedores e acrescer margens. Em adição, entender as necessidades de caixa e produtos, e adequar-se a diferentes modelos de negócios com fornecedores pode diminuir custos relacionados a juros e aumentar a margem líquida da atividade agropecuária.

  1. Juros de Compradores

Muitos produtores rurais acabam vendendo sua produção a prazo. Além de possíveis riscos de crédito associados à inadimplência de tais pagamentos, é importante destacar o custo implícito que tal operação traz ao agronegócio. Um custo que é recorrentemente deixado de lado, mas que diminui margens do produtor, os juros associados a vendas de produtos acabados. Ao dar prazos para compradores pagarem os produtos acabados, o produtor rural está (mesmo que sem saber) financiando seus compradores e, portanto, tem parte do preço de seu produto relacionado a juros deste capital. Mais do que isso, tais “juros” incidem sobre todo o faturamento da empresa, visto que estão associado a venda de produtos acabados. Nos dias atuais, a taxa básica de juros da economia brasileira paira aos 12% ao ano, o que grosseiramente representa 1% ao mês. Ao dar um mês de prazo para seu comprador, você está impactando o custo do seu agronegócio em 1% sobre o faturamento dele. Em uma atividade com margens apertadas, tal montante pode ter grande impacto no lucro final.

  1. Carregamento de Estoque

O último custo desse artigo é relacionado ao carregamento de estoque. Como discorremos em outros artigos (Custo financeiro de carregamento de estoque), o estoque por si só representa o carregamento de um capital parado de um período para outro, representando um custo direto a ele associado. Ao deixar o estoque parado, o valor financeiro referente ao produto em questão também está parado, quando poderia estar aplicado em outra atividade (relacionada ou não ao agronegócio) rendendo juros ao produtor. A grande questão é ponderar benefícios e custos associados ao armazenamento de produtos (insumos e produtos acabados) a fim de determinar o quanto carregar estoques impacta no resultado final da atividade agropecuária.

 Você enxerga estes custos no seu agronegócio?

Este são alguns custos que muitos não veem, mas que tem impacto direto no resultado econômico-financeiro da atividade agropecuária. Você conhece estes custos dentro do seu agronegócio? A Perfarm permite avaliar estes e muitos outros aspectos que impactam seus custos de produção e lucratividade.

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