Qual é o custo da Gestão da Informação, a nova revolução no campo?

Há alguns anos, a agricultura e pecuária vem sendo questionadas sobre suas capacidades de alimentar o planeta, cuja população tem crescido em uma taxa maior do que se previa no passado. Em resposta a estes questionamentos, o setor agropecuário vem constantemente buscando aumentar sua eficiência produtiva para atender a alta demanda de alimentos, respeitando questões ambientais e sociais que tem sido impostas e discutidas intensamente. Nesse cenário, a gestão da informação nunca foi tão crucial.

É através da adoção de tecnologias que o setor vem aumentando sua produção de alimentos de forma sustentável para o planeta, e também para os produtores rurais. Diversas são as tecnologias que revolucionaram o sistema de produção agrícola e pecuária, sendo que elas impactam direta ou indiretamente as operações rurais. Foram duas as grandes revoluções que permitiram o aumento expressivo de produtividade no campo. A primeira, a Revolução Industrial no século XVIII, levou a mecanização de operações no campo. A segunda, a Revolução Verde iniciada na segunda metade do último século, proporcionou novas genéticas vegetais e técnicas de manejo que aumentaram exponencialmente a produtividade por área. Outras tantas tecnologias também catalisaram o aumento da produção no campo. Elas podem ser novos produtos, como: fertilizantes, defensivos agrícolas, aditivos nutricionais, entre outros; ou ainda novas técnicas tais como: IATF, programação fetal, técnicas de plantio, manejo de pastagem, entre outras.

A nova revolução no campo

Há quem diga que o agronegócio passa por uma nova revolução. A Revolução da Informação, permitida pela digitalização e adoção de práticas de precisão. A rápida velocidade com que informações podem ser processadas nos dias de hoje tende a mudar a forma como a agricultura e pecuária são feitas, a nível global.

Assim como no passado, produtores que estiverem aptos a selecionar e adotar as tecnologias mais promissoras elevarão sua competitividade na produção, garantindo retornos e a sustentabilidade econômica de longo prazo no setor.

Essas tecnologias englobam a (i) coleta automatizada de informações no campo, o (ii) processamento de grandes quantidades de dados parametrizados por conhecimento cientifico previamente estabelecidos e pelo uso de inteligência artificial e, por último, (iii) a aplicação variável de insumos na produção de acordo com recomendações minuciosamente calculadas.

Um novo insumo: a informação

A informação, portanto, torna-se o novo grande e fundamental insumo no processo produtivo. É preciso dar a mesma importância para a informação, senão maior, que para os demais insumos, como sementes, fertilizantes, proteções de cultivos, nutrição, entre muitos outros insumos. A informação é o que, por sua vez, balizará a aplicação de todos esses outros insumos. É imprescindível avaliar a aplicação e benefícios de sistemas de tecnologia da informação da mesma forma que se faz para os demais insumos.

O custo associado à aplicação dos insumos “convencionais” perfaz a grande fatia da estrutura de custo de produção. Para as culturas globais (grãos e oleaginosas de maior demanda), estima-se que tais custos correspondem de 70 a 80% do faturamento em produtores eficientes. Como colocado, é fundamental dar a mesma ou mais atenção para sistemas de tecnologia da informação.

Isso implica em desembolsar valores significantes também com tecnologias da informação, assim como se faz com os insumos “convencionais”. Mas quanto é esse valor? O que é valor significativo e até onde deve-se gastar com tecnologias de informação?

Qual o custo da informação?

Para estimar este custo, considera-se no máximo, o valor atribuído aos benefícios adicionais que serão advindos do uso destas tecnologias de informação. Fizemos uma pesquisa de algumas tecnologias e trabalhos científicos e constatamos, por exemplo, que a aplicação de fertilizantes nitrogenados sob regime de informação completa pode gerar, em média, ganhos de até R$ 30 a R$ 60 por hectare, dependendo da cultura. Em outras palavras, ganha-se R$ 30 a R$ 60 reais a mais por hectare quando se utiliza sistemas de informação que permitem mensurar, processar e aplicar a real necessidade de nitrogênio específica a cada unidade de área. O cálculo já considera os custos relacionados a insumos e mão-de-obra, bem como aos investimentos necessários à operacionalização da fertilização.

O retorno financeiro e, portanto, o benefício advindo da nova prática produtiva está diretamente correlacionado à propriedade da informação. A capacidade de obter e processar a informação é o que justamente gera tais benefícios. De pouco adianta ter os equipamentos, insumos e mão-de-obra para operacionalizar a nova prática, se não existe a informação, a capacidade de obter e processar tal informação, efetivamente.

A gestão da informação através da tecnologia

O exemplo que mencionamos, tratava-se de fertilização nitrogenada. Mas, novos sistemas de tecnologia da informação têm emergido no agronegócio com diversas aplicações diferentes. Imagina um sistema de gestão estratégica, por exemplo, que permite ao produtor maximizar a lucratividade em centenas de milhares de reais, simplesmente por ter a capacidade de processar diversos cenários produtivos, e apontar aquele que maximiza o retorno financeiro.

A boa notícia para o produtor é que a grande maioria dos sistemas de tecnologia da informação no setor, tem se apresentado ao custo de apenas uma fração do benefício econômico proporcionado. É imprescindível, no entanto, que o produtor faça uma avaliação adequada das alternativas existentes, tendo em vista o custo-benefício que elas oferecem. Da mesma forma que é necessário fazer a avaliação e monitoramento constante do uso de sementes, defensivos, e outros insumos, deve-se fazer com os sistemas de tecnologia da informação. É importante avaliar e descartar os produtos que não são interessantes a você e à sua produção, mas sem que isso represente ceticismo à avaliação de novos produtos que são lançados.

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