Sabia que os seus costumes, a sua cultura, podem impactar os seus lucros?

Muito se fala de lucro e retorno econômico no agronegócio brasileiro, mas ainda muito pouco o associa com um dos principais fatores de sucesso da atividade:

Uma boa organização das pessoas, ou cultura enraizada na empresa rural

Toda organização de pessoas tem uma organização e cultura compartilhada que influencia diretamente (de forma positiva ou negativa) os seus resultados. Sejam eles bons, ou ruins.

 

  • Sua equipe tem o costume de ser perfeccionista?
  • Tem espírito individualista?
  • Costuma anotar os resultados?
  • Sabem por que fazem o que fazem?
  • Tem responsabilidades estabelecidas?
  • Ainda acham que tanto faz um pouco a mais ou menos?

 

Tudo isso se relaciona diretamente com a organização de pessoas e cultura da sua empresa. Seu agronegócio antes de tudo, é composto por pessoas, o que o torna uma empresa.

A maneira como a cultura de seu agronegócio se mostra, vai definir como a sua organização de pessoas, ou equipe, vai se comportar no dia a dia. Quais as atitudes e valores que eles vão compartilhar e vivenciar diariamente.

O que, por sua vez, vão influenciar como as tarefas são realizadas, tendo impacto direto no resultado final.

Primeiro, o que é cultura?

São diversas as definições de cultura encontradas na literatura, mas podemos sumarizar em:

“Uma combinação de valores, atitudes, produtos e ambiente físico”.

Ou seja, um reflexo de tudo que sua equipe, e você inclusive, faz, ou deixa de fazer, usa ou não usa, defende ou não defende. Se um colaborador tem o costume de deixar tudo fora de ordem, isso pode ser decorrente da sua cultura. Caso você adie tarefas com frequência, isso também pode ser motivado pela sua cultura, e portanto, da cultura da sua fazenda.

Todo tipo de valor, atitude, produto ou ambientes físicos se une em uma combinação única, a sua cultura.

É a sua cultura que determinará o sucesso das atividades exercidas no dia a dia, imperceptivelmente.

Ainda, todo agronegócio, independentemente da atividade que exerça, tem uma cultura própria, sendo esta reconhecida ou não. Isso se dá ao fato de ele ser composto antes de tudo por pessoas, com suas próprias atitudes, valores, comportamentos, entre outros.

Contudo, você deve estar se perguntando o seguinte: “Bom, tenho uma cultura que importa para minha empresa. Mas COMO ela impacta os meus lucros? ”

Impactando receitas e custos

O lucro de uma atividade econômica é reflexo de duas coisas, as receitas e os custos. Quanto maiores as receitas e menores os custos, maiores os lucros.

Do lado da receita, temos o volume produzido como um dos componentes e responsáveis por tal. Este por sua vez, é reflexo de uma série de fatores na produção agrícola e pecuária, muitos deles ainda, incontroláveis, como o clima.

Já do lado dos custos, a quantidade utilizada, independente do estoque comprado, é um dos fatores que os determinam, ao lado do preço de cada insumo ou recurso utilizado, por exemplo.

Contudo, existe algo que é diretamente relacionado às receitas e aos custos, e, portanto, ao lucro: as tarefas realizadas.

Uma tarefa bem realizada, vai melhorar a eficiência do uso de insumos, de máquinas, de pessoas, instalações, entre outros. Isso se dá pelo fato da diminuição de desperdícios e também da qualidade da tarefa executada, o que impacta diretamente na produção.

Como isso funciona na prática?

Imagine a situação em que colaboradores se preparam para o plantio da safra. Alguns responsáveis pela manutenção de máquinas, outros para garantir que as sementes estejam no local planejado, outros por transportar este e outros insumos até o talhão em questão.

Um dos colaboradores nota que ficaram alguns sacos de sementes para trás, mas por ser responsável pela manutenção de máquinas, acaba por não comentar nada sobre isso.

Durante o plantio, como era de se esperar devido ao ocorrido, acabaram as sementes.

A conclusão: não foi trazida a quantidade correta de sementes do barracão, como o planejado.

Imediatamente, os colaboradores buscam a razão de ter faltado sementes para finalizar o plantio, e assim logo encontram o responsável, que esqueceu os sacos de sementes para trás. Porém, por mais que o erro tenha sido deste que esqueceu parte dos insumos no barracão, outro colaborador viu que não carregaram todos os sacos na camionete, mas não teve uma preocupação em avisar os companheiros, e colaborar com a qualidade do resultado do serviço.

E qual o impacto desta situação?

Mais viagens para buscar a semente, com isso maior gasto de diesel, mais horas de plantio, maior desgaste da equipe e assim, menos eficácia na execução do serviço.

Ou seja, mais custos, por mais que “invisíveis”, e menos produção, menos lucros!

Mas qual o motivo de tudo isso?

Seria a culpa daquele único colaborador?

Ou seria o ambiente pouco colaborativo e livre da preocupação com a qualidade dos resultados das atividades em geral, incluindo aquelas que não estão sob a própria responsabilidade? Um ambiente em que uns dizem que querem ver o agronegócio ganhar e crescer, outros que não se importam se este perder? Onde colaboradores são desengajados, uma vez que quando acertam não tem reconhecimento, e quando erram são penalizados?

Em outras palavras, o motivo do ocorrido seria a cultura instaurada no agronegócio?

A cultura está muito mais presente no dia a dia do que se imagina, tanto nos erros, mas também nos acertos.

A criação de um bom-senso comum, permite que se alinhe os objetivos do agronegócio com os dos colaboradores, tornando-os parte de um todo. A cultura e a boa organização de pessoas não é algo fácil, nem rápido de se moldar. Contudo, tem grande importância em serem trabalhadas pois tem impacto direto nos seus lucros, sendo um dos principais fatores de sucesso da atividade agropecuária.

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