Capital de giro, não o deixe de lado

Ao iniciar um novo ciclo da atividade agrícola ou pecuária, recursos são necessários para rodar as operações dentro do agronegócio. Independente se o agronegócio ainda está em fase inicial ou já produz há anos, ambos precisarão de investimentos e alocações capital no giro da atividade para transformar insumos e demais fatores de produção em receita, o que não pode ser deixado de lado em suas avaliações.

Mas o que é e qual a importância do capital de giro?

O capital de giro nada mais é do que o capital (em dinheiro ou diretamente em insumos ou fatores de produção) necessário para sustentar as operações na atividade agropecuária, envolvendo não apenas as compras de insumos e contratação de colaboradores para transformação dos recursos em produtos acabados, como também quaisquer saldos em aberto provenientes das operações. Inclui o contas a pagar de fornecedores pela matéria prima, saldos a receber pelas mercadorias vendidas, pagamento de responsabilidades sociais como salários e encargos, impostos e as demais transações financeiras.

Ao iniciar uma safra ou produzir animais, é necessário o emprego de recursos que vão muito além da terra, dos animais, ou maquinário que perdurarão por um bom tempo no agronegócio. Estes compreendem os recursos que giram de foram mais rápida, como sementes e outros insumos agrícolas, animais, combustível entre outros.

Tão importante quanto avaliar a montante que deve ser desembolsado para custear tais recursos é avaliar o tempo que tais recursos ficarão alocados no agronegócio até que de fato transformem-se em produto acabado e posterior receita da produção.

Analogamente, podemos pensar em um carro de corrida e o combustível necessário para rodá-lo. De nada adianta termos uma Ferrari (um ativo imobilizado com alto potencial) se não temos recursos para comprar combustível e para abastecê-la (capital de giro). Mais ainda, é importante a avaliação do tempo que o combustível permanecerá em estoque, sendo utilizado pelo carro até que o carro ganhe uma corrida, por exemplo, e transforme a utilização desses recursos em receita para a equipe de corrida.

A utilização de insumos configura o investimento em capital de giro para lavoura ou lote. Financeiramente, o capital de giro representa uma medida de liquidez, da saúde financeira do seu agronegócio, contudo, é muito útil também como indicativo de eficiência operacional. Em suma, através da avaliação dele, conseguimos aferir o tempo e a velocidade em que o seu agronegócio está transformando recursos receita.

O capital de giro é composto pela somatória das contas a receber (obrigações financeiras que terceiros tem para com o seu agronegócio, dinheiro que vai receber eventualmente) e estoque (insumos e produtos acabados), menos as contas a pagar (o que o agronegócio deve aos fornecedores).

Capital de giro e sua variação: O segredo para que não ocorra descasamento de capital de giro

Além da quantidade disponível de capital de giro em um determinado momento, é preciso avaliar as variações do mesmo durante o tempo. A variação do capital analisado período a período, ano a ano compõe a necessidade adicional de investimento em capital de giro para continuar as operações.

O conceito de variação de capital de giro basicamente considera o capital de giro no início do período, o que pode sim ser utilizado, e o compara com a posição de capital de giro final. Desta forma, consegue-se avaliar quanto de capital de giro adicional precisa-se aportar ao sistema produtivo no período, considerando o que já temos no início.

Exemplificando: Imaginemos que um agronegócio tem um estoque de produtos e insumos de R$100. Imaginando que as contas serão pagas e recebidas a vista, podemos afirmar que o capital de giro necessário para este período que antecede a lavoura será composto apenas de estoque (uma vez que não existe contas a pagar nem a receber).

Agora imagina que, ao final do período o agronegócio terminou com um custo de estoque de produto acabado de R$300, o que significa dizer que ao longo desse período mais R$200 foram empregados no processo produtivo.

Ao analisarmos pontualmente o capital de giro ao final do período, conseguimos dizer que este tem R$300 disponíveis. Contudo, sabemos que durante o período, foi necessário o aporte adicional de R$200 de capital de giro, visto que ele já tinha R$100.

A análise das variações de capital de giro nos permite dizer qual o aporte adicional necessário na lavoura. Esta diferença é a necessidade de capital de giro adicional, ou o que foi preciso ser aportado as operações para que estas se mantivessem e chegassem ao final do período.

Em casos de projeções de crescimento que contemplem mais investimentos em ativos imobilizados, por exemplo, o aumento do potencial produtivo existe, contudo, o efeito pode ser devastador, caso o capital de giro necessário para produzir não seja devidamente calculado. Lembre-se da compra da Ferrari sem o dinheiro para comprar combustível.

Da mesma forma é extremamente importante avaliar a variação de capital de giro dentro do período. Ao olharmos a variação de um período para ao outro, estamos descartando possíveis variações entre eles, o que é um dos principais motivos de saída de muitas atividades, o descasamento de capital de giro.

É preciso avaliar a disponibilidade de caixa para suprir a necessidade adicional de capital de giro nos momentos necessários, sempre buscando equacioná-los com a maior rentabilidade possível, o que pode ser contornado alterando das datas de pagamentos, recebimentos ou ainda épocas de compra e vendas.

Benefícios da análise detalhada do capital de giro

Análises de variação do capital de giro favorecem diversos fatores dentro da produção agropecuária, além de servir como indicador de eficiência operacional, quando relacionado com custos e receitas. É possível, por exemplo, identificar a duração média do ciclo produtivo, um parâmetro importante para avaliação de eficiência operacional, principalmente quando comparado com atividades similares.

Não é incomum observar agronegócios em franco crescimento passarem por dificuldades financeiras, por falta de planejamento do capital de giro necessário para suprir tal crescimento. Não só as novas operações não tem recursos para rodar, como toda a produção antiga fica afetada pela destinação de recursos, que ora eram empregados para comprar insumos, em novos ativos imobilizados que compreendem o plano de crescimento.

A avaliação do capital de giro permite também uma visão que pode favorecer a realocação de recursos. Por exemplo, ao invés de realizar novas compras de insumos, pode-se converter estoque em dinheiro e posteriormente em novos insumos, sem precisar aportar capital adicional na produção, uma realocação interna de recursos simples que não onera o caixa da empresa.

Por fim, ela nos permite delinear estratégias para o casamento da máxima rentabilidade e disponibilidade de caixa. Esse, talvez, seja o grande benefício dessa avaliação, que evita que produtores saiam da atividade por falta de planejamento financeiro.

Na Perfarm disponibilizamos todos os dados necessários para avaliação do capital de giro ao acessar o Balanço Patrimonial do seu agronegócio, é possível visualizar o capital de giro de determinado período junto a % de Capital Próprio, Liquidez Corrente, Estrutura de Capital, Ativos e Passivos e muito mais.

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